Controvérsias sobre a ciência
Controvérsias sobre a ciência. Por uma sociologia transversalista da atividade científica,
de Terry Shinn e Pascal Ragouet,
Tradução de Pablo R. Mariconda e Sylvia Gemignani Garcia.
Associação Filosófica Scientiae Studia, 2008.
208 pp.
Formato: 125x205mm
ISBN:
Preço: R$
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Este livro apresenta o pano de fundo das intensas e ásperas controvérsias sociológicas atuais acerca da definição da ciência, de sua organização e dos vínculos que a unem à sociedade global; controvérsias cujas raízes se estendem até a década de 1970 na cisão entre as duas culturas, e que continuam com os desdobramentos dos anos 1990 na chamada “guerra das ciências”. O pano de fundo está constituído por duas grandes correntes sociológicas que se confrontaram no curso do século xx. A primeira, elaborada na década de 1950, considera a ciência como autônoma, fundada sobre um modo de conhecimento diferente dos outros: ela explica sua organização interna, a formação de suas normas e de seus critérios de excelência, mas recusa-se a analisar o conteúdo da ciência. A segunda, que apareceu ao final dos anos 1970, toma como objeto o próprio ato de produção científica, desvela a ciência no processo de ser feita, negando-lhe toda especificidade: a ciência não se diferencia das outras atividades socialmente constituídas. Os autores propõem uma terceira perspectiva, chamada transversalista, que vê na proliferação das especialidades a produção de autonomias relativas, que os praticantes atravessam para colaborar e competir na produção da ciência e da tecnologia: fronteiras, arenas intersticiais e circulação são as marcas desse regime de produção e difusão de conhecimento.
TERRY SHINN é diretor de pesquisa no Centre
National de la Recherche Scientifique (cnrs), sediado na
Maison des Sciences de l’Homme em Paris, leciona em nível de doutorado na Sorbonne e na École des
Hautes Études em Sciences Sociales. Dentre seus temas de análise estão: estudos sociológicos sobre a
pesquisa tecnológica, história e sociologia da educação científica e técnica, o crescimento da
pesquisa industrial, as interações entre indústria e universidade nos séculos xix e xx, e as origens
e a evolução da nanociência e da nanotecnologia. Suas publicações incluem: Instrumentation between
science, state and industry, com B. Joerges (Ed.), 2001; Pragmatic construction of reality, com J.
Kueppers e J. Lehnard (Ed.), 2006; e Research-technology and cultural change, 2008.
RAGOUET graduou-se no Institut d’Études Politiques de Bordeaux e doutorou-se em sociologia
pela Universidade de Paris IV – Sorbonne. Atualmente é professor no departamento de sociologia da
Universidade de Bordeaux 2. Os trabalhos que ele conduz junto ao Laboratório de Análise de Problemas
Sociais e da Ação Coletiva (lapsac) inscrevem-se no domínio da sociologia da ciência e da inovação
técnica e tratam mais particularmente da questão das controvérsias científicas.