Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia
Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia,
de Felipe Faria,
Editora 34/Associação Filosófica ScientiæStudia/CNPq, 2012.
270pp.
Formato: 125x205mm
ISBN:
Preço: R$
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Foram necessários séculos de desenvolvimento científico para que os fósseis deixassem de ser uma mera curiosidade e passassem a integrar o conhecimento da história natural dos seres vivos. Entretanto, somente quando os trabalhos do naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832) foram aceitos pelo mundo científico é que o estudo dos fósseis pode servir de base para a constituição da paleontologia como uma ciência autônoma. Ao dotar o estudo dos fósseis de métodos e de um programa de pesquisa, no interior de uma ampla rede de colaboração entre pesquisadores, Cuvier reuniu as condições necessárias para que os fósseis fossem tomados como fenômenos biológicos. A partir de então, eles passaram a ter um lugar central na narrativa histórica da vida na Terra.
Felipe Faria descreve essa trajetória, procurando desfazer alguns equívocos historiográficos, tal como o de que Cuvier defendia o diluvianismo ou o criacionismo. O leitor poderá assim perceber a relevância de sua contribuição não somente para a constituição da paleontologia científica, mas fundamentalmente para o estabelecimento de um corpo de dados empíricos capaz de servir de base para argumentos favoráveis às hipóteses evolucionistas.
Felipe Faria, nascido em 1964, na cidade de Santos, realizou sua graduação em biologia, em 2003, na Universidade Federal de Santa Catarina, instituição na qual também obteve os títulos de mestre na área de biologia vegetal, em 2005, e doutor em ciências humanas, em 2010, com o trabalho aqui publicado, bem como atualmente realiza um estágio de pós-doutorado na área de Filosofia, além de integrar o grupo de pesquisa “Fritz Müller-Desterro de Estudos em História e Filosofia da Biologia”. É também membro do grupo de pesquisa “Paleoinvertebrados e Icnofósseis do Brasil”, sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde desenvolve pesquisas sobre a história da paleontologia brasileira e as coleções geopaleontológicas do Museu Nacional. Tem publicado artigos especializados sobre a filosofia e a história da paleontologia e da geologia, discutindo temas implicados na formação e desenvolvimento dessas áreas científicas e o impacto que o conhecimento por elas produzido tem no pensamento biológico.