Construtivismo crítico: uma filosofia da tecnologia
Construtivismo crítico: uma filosofia da tecnologia,
tradução, introdução e notas de Luiz Henrique Lacerda Abrahão e Cristiano Cordeiro Cruz
,
Associação Filosófica Scientiae Studia, 2022.
232pp.
Formato: 125x205mm
ISBN:
Preço: R$
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O Construtivismo crítico tem por objeto de estudo os projetos tecnológicos e as controvérsias públicas que eles desencadeiam. A proposta de Feenberg “desontologiza” as críticas heideggeriana e da escola de Frankfurt à razão instrumental, sem recusar, no entanto, o valor da ciência e tecnologia modernas. Aprofundando algumas premissas dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, ele entende que a tarefa da filosofia da tecnologia consiste na fundamentação de um pensamento político acerca da tecnologia que ofereça recursos teóricos para se confrontar e pluralizar a racionalidade tecnológica que sustenta a ordem sociotécnica atual. O estudo crítico da tecnologia deve buscar, assim, explicitar o caráter contingente do viés subjacente à racionalidade tecnológica dominante, de modo a possibilitar a construção democrática de outras ordens sociotécnicas possíveis.
Andrew Feenberg (Nova York, 1943) é um dos principais expoentes ainda vivos da filosofia da tecnologia. Formou-se em filosofia na Universidade John Hopkins e realizou estudos de pós-graduação na Califórnia e em Paris. Trabalhou em instituições nos Estados Unidos, França e Japão até assumir, em 2003, a Cátedra Canadense de Filosofia da Tecnologia, da Universidade Simon Fraser, Vancouver. Publicou vários livros, dentre os quais são significativos pela trajetória realizada, Critical theory of technology (1991), Alternative modernity (1995), Questioning technology (1999) e Transforming technology (2002). Em português, foram publicados Entre a razão e a experiência e Tecnossistema, ambos em 2019.
Imagem da capa gentilmente cedida pela fotógrafa Barbara Nabilek. Instalado em 2019 nos jardins da National Gallery of Victoria em Melbourne, Austrália, In Absence, da artista aborígene Yhonnie Scarce e do estúdio Edition Office, reflete sobre a falácia colonialista de Terra Nullius, que declarou a Austrália como uma terra vazia à espera de posse. A obra combina estratégias arquitetônicas contemporâneas (lugar, estrutura, material) com o potencial semiótico da arte e da paisagem para revelar histórias ressonantes e, ao fazê-lo, rejeita a sistemática negação, destruição e apagamento do conhecimento e da memória aborígene. Contrariando essa estratégia colonialista brutal, In Absence revela e celebra mais de 3.000 gerações de design, engenharia, agricultura e tecnologia dos indígenas australianos.